Oscar da Penha, mais conhecido como Batatinha, nascido em 1924, foi criado no Centro Histórico, sendo este local referência também de diversos sambas que compôs.
A particularidade da obra deste sambista está em introduzir elementos da cultura local em suas canções. Elementos da capoeira, da culinária tornaram-se propostas estéticas, misturando melodias, danças e receitas da cultura afro. Canções como Olha aí, O Vatapá, Samba e Capoeira, O que é que há, Iaiá no Samba, Receita de Feijoada e Doutor Cobrador, são algumas que retratam o ambiente do Pelourinho.
Batatinha, durante os anos 1950, participou de concursos de composição para o carnaval de Salvador, promovidos pela Rádio Sociedade. Nunca ganhou em tais concursos, mas seus sambas faziam sucesso no carnaval.
Em 1960, ele perdeu mais um desses concursos com a composição Diplomacia cantada por Humberto Reis. O samba, entretanto, entrou na trilha sonora do primeiro filme de Glauber Rocha, “Barravento”. Nesse mesmo ano, Batatinha começa a ser reconhecido pela crítica especializada depois que o sambista carioca Jamelão gravou Jajá da Gamboa.
Esse fato chama a atenção dos intérpretes para o talentoso compositor negro baiano. Maria Bethânia seria o primeiro grande nome da MPB a lhe dar vez, gravando, em 1964, os sambas Diplomacia, Toada da Saudade, Imitação e a Hora da Razão nos shows do Teatro Opinião e no show do álbum "Rosa dos Ventos". Depois, ela gravaria ainda a marcha A História do Circo. Em 1966, o sambista baiano Ederaldo Gentil o convida para musicar a peça teatral "Pedro Mico" de Antônio Callado. Ele compôs ainda o samba Espera que foi gravado pela cantora maranhense Alcione. (www.facom.ufba.br/musicanordestina/batata)
Em 1973, os sambistas Riachão e Batatinha (aos 49 anos) dividem o LP “Samba da Bahia”, gravado no Teatro Vila Velha por iniciativa de Paulo Lima e Edil Pacheco. Neste disco estão os sambas-canção Diplomacia, Ministro do samba, Inventor do Trabalho e o Direito de Sambar. Em 1976, Batatinha grava seu único álbum-solo, “Toalha de Saudade”.
Batatinha viveu na pobreza, mesmo assim o sambista incentivou e promoveu diversos eventos ligados ao gênero, como a "Segunda do Samba" e o "Dia do Samba", realizados no Largo do Santo Antônio e do Terreiro, respectivamente.
Faleceu no ano de 1997, tendo registrado apenas dois álbuns em toda sua trajetória artística. Como obras póstumas foram gravados os álbuns “Diplomacia” e “Batatinha - 50 anos de Samba”.
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