domingo, 10 de agosto de 2008

Buraco Doce


No Centro Histórico dos anos 1930 estavam os principais equipamentos da cidade - instituições de ensino, culturais, do poder legislativo e executivo. O Pelourinho era espaço também de diferentes convívios, comércio e, especialmente, de boemia. É nesta época que começam a surgir os cabarés e prostíbulos da cidade.
O Buraco Doce era um prostíbulo diferente dos demais que havia no Pelourinho na década de 30. Era neste lugar onde trabalhavam as mulheres mais liberadas e desprovidas de qualquer preconceito sexual para a época. Localizado no Maciel de Baixo, zona de prostituição mais popular, o cabaré era freqüentado por homens e mulheres e, segundo indica o autor Anisio Felix, funcionou regularmente até a década de 1980.
Curiosidades guardadas neste cabaré são que o imóvel era de propriedade da Santa Casa de Misericórdia e que a mulher de roxo trabalhou durante alguns anos lá.

sábado, 2 de agosto de 2008

Gerônimo


"Só uma pessoa hoje faz um excelente trabalho. O Gerônimo. Apresenta-se todas as terças feiras na escadaria da Igreja do Passo. Faz um excelente trabalho musical, convida os melhores músicos e gente nova. Começou com meia dúzia de gatos pingados assistindo e hoje consegue preencher toda a escadaria, sem auxilio da imprensa, mas pela qualidade do trabalho". (Neguinho do Samba - em entrevista)

O show “O Pagador de Promessa” é organizado por Gerônimo desde 2002. Neste encontro musical, o artista toca suas composições e abre espaço para outros artistas se apresentarem. Atualmente este está sendo o principal projeto do músico que não conta, segundo o mesmo, com patrocínio ou apoio.

Em entrevista Gerônimo afirma que sua vida artística começou no Pelourinho. Além de ter morado no Centro Histórico, em 1979 e depois entre 1981 a 1985, sua música “Eu sou negão” torna-se, em 1987, um manifesto afro dos “guetos” como Pelô e Liberdade. Neste período Caetano também cantava “Eu sou neguinha?”. Segundo Gerônimo, “o que estava em jogo naquele momento era a luta pelo respeito às manifestações negras. E a gente não queria isso só no carnaval não”.

Gerônimo Santana Duarte foi músico do trio elétrico Dodô e Osmar, na década de 1970, tocou e saiu no Afoxé Filhos de Gandhi durante alguns anos e, assim como muitos artistas baianos nos anos 1980, também misturou a musica caribenha com o ijexá do candomblé em suas composições.

Segundo Gerônimo, a movimentação cultural no Pelourinho não tinha tanta força como tem hoje, as manifestações culturais eram espontâneas. Foi com os ensaios dos blocos afros que se começou a organizar uma agenda cultural do Pelourinho, atraindo uma população que antes não freqüentava a área.
A imagem, retirada do site http://www.musicapopular.org/, é do primeiro albúm do artista, lançado em 1983.

Resultado da enquete

Ao lado podemos ver o resultado da primeira enquete sobre o Pelourinho. Perguntei sobre a frequencia em que os visitantes deste Blog iam ao Centro Histórico. Das 32 pessoas que responderam, metade (16) afirmam que vão ao Pelorourinho 1 a 2 vezes por ano. Considerando que a maioria dos visitantes do Blog são soteropolitanos este número não é nada animador... Poucos em Salvador frequentam o Centro Histórico como espaço de lazer, apesar de termos neste local uma programação cultural intensa e que não se resume a ofertas para turistas. Parece que o que nos falta é mesmo hábito de ir ao Pelourinho.

Da enquete temos 2 pessoas que moram no Centro Histórico e 3 que diariamente (ou quase) vão lá. 6 afirmaram que de 1 a 2 vezes por semana dão uma passadinha pelo Pelô e mais 5 que aparecem de 1 a 2 vezes por mês... Ninguém respondeu que nunca foi ao Pelourinho - ou seja, preciso divulgar mais o blog entre os turistas!

Boa Imagem [julho]


Durante o mês de julho vimos o Pelourinho sob a perspectiva do fotógrafo português Da Maia Nogueira. Em seu blog podemos conferir registros de espetáculos teatrais e, sobretudo, de muitas viagens. Visite: http://www.flickr.com/photos/maianogueira